quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Comercialização do Ensino Superior



         A democratização do ensino superior no Brasil está conectada à falta de alicerce dos estudantes. Isto é, o educando, tanto de Universidade Pública, quanto o de Instituição de Ensino Superior, sofre por falta de estrutura e recursos.
A deficiência na estrutura e a precariedade de recursos em Universidades Públicas é um descaso com uma sociedade que acredita no desenvolvimento do seu Estado.
É fácil distinguir o que o brasileiro precisa do que nossos governantes realmente querem. Pois, com a falta de incentivo à pesquisa, realizadas por nossas Universidades, e o incentivo à comercialização de Instituições de Ensino Superior Privada, notamos que eles querem disfarçar o descaso com o ensino, cobrindo buracos educacionais com diplomas.
O descaso com Universidade Federal é desprezível. No entanto, a comercialização de Faculdades privadas é pior ainda, pois o aluno destas instituições sofre por não ser encorajado a escrever, fazer pesquisas, e acaba se sujeitando a aprovações sem um real ajuizamento de sua capacidade.
                Nossos acadêmicos estão cada vez mais preguiçosos e descrentes do ensino. Essa posição do graduando faz parte de um ciclo que começa a ser incentivada por nossos governantes logo no ensino básico. A geração presente, todavia, não está totalmente desvirtuada, creio que as futuras serão um grande desafio aos educadores.  Tomemos por exemplo a Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases), que regulou o funcionamento das classes de aceleração de aprendizagem e a introdução do sistema de aprovação automática.
As classes de aceleração permitem que os alunos com mais de dois anos de atraso escolar façam duas séries em um único ano letivo, uma espécie de supletivo, corrigindo o fluxo escolar. Porém é válido notar que tal sistema impede uma real ponderação acerca do conhecimento obtido pelos alunos neste período. O aluno, que passa por esse suposto supletivo, acaba saindo despreparado para o mercado. E graças às inúmeras possibilidades de financiamento educacional, este educando ingressa sem noções básicas no o ensino superior.
                Atualmente, graças a adesão governamental, há um grande número de Instituições de Ensino Superior, que para continuarem no “mercado”, estão diminuindo a dificuldade dos vestibulares. Essa facilidade do processo seletivo se firma na regra básica de oferta e procura. As Faculdades acabam por se aterem apenas na quantidade de alunos e não na preparação do mesmo para a vida acadêmica. Não há, por assim dizer, uma pós venda neste mercado sovina.
A falta de conhecimento básico do graduando, afeta o entendimento da aula, incentivando que o mesmo se apegue ao seu conhecimento empírico.
Os estudantes saem do ensino superior, sem o apoio cientifico que deveriam ter para futuras conquistas acadêmicas.  Esse ciclo infelizmente tende a prosseguir, porque tem como sua força motriz a falsa democratização do ensino superior.
 A necessidade de titulação em um curto espaço de tempo é um subsídio a formação de profissionais incapazes de pensar de forma sistemática, um indivíduo inabilitado a conquistar outras titulações acadêmicas.
As faculdades acabarão se tornando um mercado de diploma e o estudante apenas um consumidor pouco exigente ludibriado por expectativas sobre um futuro profissional irreal.
Não é justo exigirem maior número de diplomas de educação superior, se o ensino básico e fundamental está defasado. O Estado brasileiro deveria se ater ao desenvolvimento, não almejar um crescimento irreal.

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